BRASIL LUTA CONTRA PRECONCEITO NO DIA MUNDIAL DE COMBATE À AIDS
No Dia Mundial de Combate à Aids, celebrado nesta sexta-feira (1), o Brasil dá um exemplo de maturidade. A campanha nacional de combate ao HIV tem como foco o preconceito e o estigma que ainda envolve a doença. Com o slogan “A vida é mais forte que a Aids”, a campanha mostra pessoas comuns que vivem com o vírus. O objetivo é propagar o conceito da "prevenção positiva", mostrando que, a partir do tratamento, as pessoas têm melhor qualidade de vida, novas perspectivas, o desejo e o direito de se relacionarem afetivamente, trabalhar, estudar, ter filhos. Isso se tornou uma questão importante, não só para os portadores do HIV, mas para toda a sociedade.
Realizado anualmente, o Dia Mundial de Combate à Aids é uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para mobilizar as pessoas no mundo todo na luta contra o HIV/Aids
No Brasil, 80% dos casos de Aids estão concentrados nas regiões Sudeste e Sul, segundo o Ministério da Saúde. Desde 1980, quando foi anotado o primeiro caso da doença no Brasil, até junho de 2006, 433 mil pessoas foram infectadas. A taxa de incidência foi crescente até metade da década de 90, alcançando, em 1998, cerca de 19 casos por 100 mil habitantes. Atualmente, o índice está em 18 casos por 100 mil habitantes. O número ainda é alto, mas os especialistas destacam que não há mais crescimento da doença.
Os estados do Sudeste são os mais atingidos desde o início da epidemia e, apesar da alta taxa de incidência, se mantêm num processo de estabilização. Na região Sul, os registros aumentaram bastante até 2003. Depois disso, os médicos estão observando uma desaceleração no crescimento dos índices.
Entre 1980 e dezembro de 2005, 183 mil pacientes morrem no país em decorrência da Aids. Em 1995, a taxa de mortalidade atingiu 9,7 óbitos por 100 mil habitantes. Após a introdução da política de acesso universal ao tratamento, foi observada uma queda na mortalidade. A partir de 2000, houve estabilização em cerca de 6,3 óbitos por 100 mil pessoas.
As vítimas fatais moram principalmente no Sudeste e são homens. A notícia otimista é relativa à idade dos pacientes: entre 1993 e 2003, foi notado um aumento de cinco anos na idade mediana dos óbitos por Aids, em ambos os sexos, o que significa um aumento na sobrevida dos doentes.
O Governo federal informa que os novos números da Aids no Brasil apontam para uma queda acentuada nos casos de transmissão vertical _quando o HIV é passado da mãe para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. Em 1996, foram 1.091 casos desse tipo. Em 2006, de janeiro a junho, foram 530 casos _ou seja, menos 51,5%.
Um dado preocupante é a tendência de crescimento da epidemia entre as pessoas com 50 anos ou mais entre 1996 e 2005. Na faixa etária de 50-59 anos, a taxa de incidência entre os homens passou de 18,2 para 29,8. Entre as mulheres, cresceu de 6,0 para 17,3. No mesmo período, também há aumento da taxa de incidência entre indivíduos com mais de 60 anos. Nos homens, o índice passou de 5,9 para 8,8. Nas mulheres, cresceu de 1,7 para 4,6.
A informação é considerada uma das principais maneiras de prevenir a doença. Uma pesquisa nacional de 2004 mostrou que quase 91% da população brasileira de 15 a 54 anos citou a relação sexual como forma de transmissão do HIV (vírus que transmite a doença) e 94% citou o uso de preservativo como forma de prevenção da infecção. O conhecimento é maior entre as pessoas de 25 a 39 anos, entre os mais escolarizados e entre as pessoas residentes nas regiões Sul e Sudeste.